Na tarde desta segunda-feira (16), o julgamento que pode tornar inelegível a prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (UB), foi suspenso após o desembargador eleitoral Moacyr Pitta Lima Filho pedir vista do processo no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA). O magistrado solicitou mais tempo para analisar os autos, interrompendo o andamento da sessão. A candidatura de Sheila está sendo questionada pela coligação “A Força para Mudar Conquista” e pela Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), sob a alegação de que uma eventual reeleição poderia configurar um terceiro mandato consecutivo do mesmo grupo familiar, o que é vedado pela legislação eleitoral. O ponto central do debate é o período em que Irma Lemos, mãe de Sheila, assumiu a prefeitura de Vitória da Conquista por 24 dias durante a gestão de Herzem Gusmão (2016-2020). Após o falecimento de Herzem, Sheila assumiu o cargo em 2021. Na primeira instância, a candidatura de Sheila foi aprovada pelo juiz eleitoral João Lemos Rodrigues, que rejeitou o pedido de impugnação. No entanto, a coligação adversária recorreu, e o caso chegou ao TRE. Até o momento, quatro dos sete desembargadores já votaram a favor da inelegibilidade de Sheila Lemos, incluindo Maízia Seal Carvalho, Maurício Kertzman Szporer, Ricardo Borges Maracajá Pereira e Danilo Costa Luiz. O relator do caso, desembargador Pedro Rogério Castro Godinho, manifestou-se favorável à candidatura. Restam ainda os votos de Moacyr Pitta Lima Filho, que pediu vista, e Abelardo da Matta. Com o placar atual, já existe maioria para a cassação da candidatura de Sheila Lemos. No entanto, a defesa da prefeita se mantém confiante de que qualquer decisão do TRE poderá ser revista nas instâncias superiores. Em nota à imprensa, a defesa destacou que Sheila recebeu pareceres favoráveis do Ministério Público em duas ocasiões e que a jurisprudência do TSE e do STF reforça a viabilidade de sua candidatura. A defesa também ressaltou que, independentemente do resultado no TRE, a prefeita recorrerá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso necessário. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Sheila Lemos reforçou sua confiança na Justiça e afirmou que, se houver uma decisão desfavorável no TRE, recorrerá a Brasília. “O julgamento ainda não foi concluído, mas se for negativo para minha candidatura, iremos recorrer para Brasília e temos plena confiança na Justiça”, declarou Sheila.