A Polícia Civil da Bahia deflagrou nesta quarta-feira (27) a Operação Independência, em Iguaí, com objetivo de cumprir 10 mandados de prisão preventiva e 8 de busca domiciliar em investigação sobre tráfico de drogas e delitos relacionados. Sete dos dez mandados de prisão foram cumpridos. As buscas apreenderam cerca de 1 kg de cocaína, 2 kg de maconha, aproximadamente 1.300 pedras de crack, 50 g de haxixe, 20 pés de maconha cultivados em caqueiros e 69 munições calibre 9 mm. Também foram recolhidos balanças digitais, embalagens para fracionamento de drogas e R$ 667 em espécie. Durante a ação de campo, um alvo, identificado como Thiago Matos da Silva, 24 anos, resistiu ao cumprimento do mandado e efetuou disparos contra a equipe. Ele foi atingido, sofreu ferimentos sem gravidade e não corre risco de morte. Os presos foram levados para a carceragem da sede da 21ª Coorpin, onde passaram por exame médico-legal. Eles aguardam audiência de custódia e posterior transferência para o Presídio de Itabuna. A ofensiva foi conduzida pela Delegacia Territorial de Iguaí, com apoio da 21ª Coorpin, CATTI Pedra Branca e CATTI Sudoeste. A Polícia Civil informou que a operação integra ações contínuas de combate ao tráfico e à violência no município.
O atual prefeito de Iguaí, Ronaldo Moitinho dos Santos, e a ex-presidente da Comissão de Licitação do município, Edineide Lousado de Almeida, foram condenados pela Justiça Federal por atos de improbidade administrativa cometidos entre 2009 e 2012. As investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) revelaram uma série de irregularidades em processos licitatórios envolvendo recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Entre as ilegalidades apontadas estão o fracionamento ilícito de licitações, a aglutinação fraudulenta de fases dos procedimentos e a participação de empresas “de fachada” nos certames. As fraudes atingiram oito processos licitatórios destinados à construção de quadras esportivas e reformas em escolas municipais. A Justiça Federal determinou que Ronaldo Moitinho e Edineide Lousado paguem multa civil correspondente a 24 vezes o valor da última remuneração recebida. Além disso, ambos estão proibidos de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais ou creditícios pelo período de quatro anos. Dois outros envolvidos no caso – um empresário e sua empresa – celebraram acordo de não persecução cível com o MPF, evitando julgamento. O procurador da República Paulo Marques destacou a relevância da decisão, especialmente por se tratar de recursos destinados à educação em um município com baixos índices educacionais. A sentença ainda cabe recurso. O MPF reforçou que continuará atuando no combate à corrupção e incentivando meios legais para resolução de conflitos.
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