Os sucessivos reajustes no preço do gás de cozinha pela Refinaria Mataripe continuam impactando o bolso dos consumidores na Bahia. Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 9 e 15 de fevereiro, o botijão de 13 kg pode chegar a R$ 153, enquanto o valor médio estadual é de R$ 123,60. O estado registrou o quarto gás de cozinha mais caro do Brasil, ficando atrás de Roraima (R$ 136,91), Amazonas (R$ 126,66) e Tocantins (R$ 125,60). A variação de preços é evidente em diferentes regiões. Em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, os valores ficam entre R$ 120 e R$ 140, dependendo do fornecedor e da logística de distribuição. Já em municípios mais afastados ou com infraestrutura de transporte limitada, os preços podem ser ainda mais elevados. O custo do gás na Bahia é influenciado por questões logísticas e pela política de preços adotada pela Acelen, empresa responsável pela Refinaria Mataripe, que desde 2021 realiza reajustes mensais com base no preço do petróleo, câmbio e custos de frete. Em 2024, já foram registrados nove aumentos no valor do gás no estado. Apenas em fevereiro, um novo reajuste elevou o preço do botijão em até R$ 8. Por outro lado, a redução anunciada em janeiro teve efeito praticamente imperceptível, representando uma queda de apenas 0,5%, o que equivale a R$ 0,28 por botijão. Com o salário mínimo fixado em R$ 1.518, um único botijão pode representar até 11% da renda mensal de muitas famílias baianas. O impacto é ainda mais severo para moradores de áreas rurais e em situação de vulnerabilidade econômica, que precisam lidar com esse custo em meio a outras despesas essenciais. A ANP segue monitorando os preços, enquanto consumidores buscam alternativas para economizar, como compras coletivas ou substituição parcial do gás por outros combustíveis.