A proposta que cria o Programa Estadual de Meia Passagem Intermunicipal para Estudantes começou a ser discutida pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Apresentada pela deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), o Projeto de Lei visa diminuir o alto custo das viagens para quem depende do transporte entre municípios para estudar. A ideia é que alunos de graduação e pós-graduação tenham 50% de desconto nas tarifas de transporte rodoviário regular. O benefício, no entanto, só será válido para pessoas que estudam em cidades diferentes daquelas onde residem, com uma distância de pelo menos 50 km. Além disso, será necessário comprovar o vínculo com uma instituição de ensino através de um comprovante de matrícula, manter uma frequência mínima de 75% nas aulas e ter posse de um documento estudantil válido. Caso seja aprovado, o programa deve ser regulamentado pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba).
Estudantes que possuem dívidas no Fies, o Fundo de Financiamento Estudantil, podem renegociar contratos feitos a partir de 2018. Segundo uma norma do Ministério da Educação, publicada na última semana, a quitação estará disponível entre 1º de novembro deste ano até 31 de dezembro de 2026. Entre as condições de renegociação, está o parcelamento do saldo devedor em até 180 parcelas mensais, com valor mínimo de R$ 200 por parcela. A norma também afirma que os estudantes terão desconto de 100% em juros e multas por atraso. A regra ainda prevê que, em caso de falta de pagamento das novas condições, os nomes dos estudantes e fiadores serão incluídos nos cadastros restritivos de crédito. Além disso, vão ficar suspensas até o fim de 2026 as solicitações para que o fundo assuma e pague as dívidas em atraso no lugar do estudante. De acordo com o Ministério da Educação, a medida é voltada para pessoas com dificuldades financeiras que estejam inadimplentes há mais de 90 dias.
Duas estudantes do Colégio de Tempo Integral Antônio Batista, em Candiba, no sudoeste da Bahia, desenvolveram um óleo corporal à base de capim-santo com efeito calmante, voltado para o alívio dos sintomas da ansiedade. O projeto é de autoria de Emília Vieira Araújo e Tainara Rocha de Oliveira, sob orientação da professora Marciele de Oliveira. A iniciativa surgiu durante as aulas de iniciação científica, quando as alunas decidiram criar um produto acessível e de baixo custo para ajudar pessoas que sofrem com ansiedade, problema que afeta cerca de 18 milhões de brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O óleo, feito com extrato de capim-santo e óleo de coco, é 100% natural. O aroma da planta, tradicionalmente utilizada em chás, ajuda a promover relaxamento e sensação de calma, diminuindo sintomas como agitação e aceleração dos batimentos cardíacos. O produto foi testado por voluntários, que relataram melhora na qualidade do sono e alívio dos sintomas de ansiedade após 15 a 20 dias de uso. O projeto conta com apoio da Secretaria da Educação da Bahia e deve ser aprimorado para futuras aplicações.
Preocupados com o aumento de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya, estudantes do Colégio Estadual Luís Prisco Viana, em Lagoa Real, no sudoeste da Bahia, desenvolveram um repelente natural à base de citronela, cravo-da-índia, alecrim e hortelã-pimenta. O projeto foi criado por Maria Agnes, Ana Júlia Castro, Lucas Wendel, Samilly Fernandes e Yasmin Aguiar, sob a orientação de Murillo dos Santos e coorientação de Izis Pollyanna Teixeira. A estudante Maria Agnes explicou que as plantas foram escolhidas por suas propriedades repelentes. “A citronela é amplamente conhecida por seu efeito contra mosquitos. O cravo-da-índia contém eugenol, com forte efeito repelente. Já o alecrim e a hortelã-pimenta foram escolhidos tanto por suas propriedades repelentes quanto pelo aroma agradável”, destacou. O produto foi submetido a testes em ambientes controlados e reais, além de análises de pH, que confirmaram sua segurança para uso na pele humana. Com apoio da Secretaria da Educação (SEC), os estudantes pretendem ampliar a produção do repelente para beneficiar outras comunidades vulneráveis às doenças transmitidas por mosquitos. “Nosso objetivo é não apenas aumentar a escala de produção, mas também explorar outras plantas com potencial repelente para criar uma linha de produtos naturais acessíveis e seguros”, afirmaram os jovens pesquisadores. O projeto é um exemplo de como iniciativas científicas podem contribuir diretamente para a saúde pública e a qualidade de vida da população, especialmente em regiões afetadas pelo Aedes aegypti.
Comentários