Servidores da educação de Itambé, no sudoeste da Bahia, bloquearam a rodovia BA-263 na tarde desta quinta-feira (29) em protesto contra um projeto de lei enviado pela prefeitura à Câmara de Vereadores. O ato começou por volta das 15h e causou congestionamento na principal via que liga o município a Vitória da Conquista. Segundo os manifestantes, o projeto prevê a retirada de direitos trabalhistas, como redução da licença-maternidade de 180 para 120 dias, diminuição das férias, corte de adicionais de escolaridade e zona rural, além de mudanças na progressão de carreira e no pagamento de profissionais de apoio. Durante o protesto, pneus foram queimados e cartazes exibidos para chamar atenção das autoridades e da população. A manifestação foi acompanhada pela Polícia Militar e seguiu de forma pacífica. Após quase três horas de interdição, os servidores liberaram a rodovia e se dirigiram à Câmara de Vereadores, onde o projeto seria votado em sessão extraordinária. O clima na Casa Legislativa ficou tenso, com ocupação do plenário e interrupção da sessão após tumulto entre vereadores e servidores. A prefeitura de Itambé ainda não se pronunciou oficialmente sobre o protesto ou sobre o andamento do projeto de lei. Servidores afirmam que pretendem manter as mobilizações até que suas reivindicações sejam atendidas.
O município de Caturama, no sudoeste da Bahia, está em meio a uma crise política e social após uma série de demissões e denúncias de perseguição política por parte da gestão do prefeito Dr. Paulo Mendonça (PSD). A situação gerou um clima de revolta entre a população, que enfrenta o desemprego crescente e a falta de serviços públicos básicos. Em entrevista ao Bahia Pesquisa, o ex-secretário de Agricultura, Gildásio Batista da Silva, contou como foi demitido após tentar buscar melhorias para a cidade. Gildásio, que atuou como secretário por 16 anos, revelou que sua exoneração aconteceu depois que ele solicitou ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) a pavimentação da BA 152, rodovia que liga Caturama a Feira Nova e Rio do Pires. Segundo ele, a obra não foi bem recebida pelo prefeito, que interpretou a ação como uma aliança política com o governo estadual e o exonerou do cargo. Além da exoneração, Gildásio relatou o bloqueio de várias iniciativas para beneficiar a agricultura familiar no município, incluindo uma parceria com o Consórcio da Bacia do Paramirim, que atenderia cerca de 200 famílias. Ele também questionou a contratação de Suporte Terceirização e Soluções Ltda, empresa que firmou um contrato com a prefeitura no valor de R$ 13.276.032,00 para o período de março a dezembro de 2024. “É um valor muito alto, e a população não sabe exatamente o que está sendo feito com esse dinheiro. Falta transparência”, afirmou. Moradores de Caturama, que preferiram não se identificar, também expressaram indignação com a atual gestão. O desemprego e as demissões de aliados do prefeito têm gerado um clima de insegurança entre os caturamenses. Além disso, as queixas sobre a saúde pública são frequentes, com longas filas no Hospital Municipal e a falta de médicos e medicamentos. A infraestrutura das estradas também é um problema recorrente, dificultando o transporte de pessoas e produtos, especialmente entre a zona rural e a sede do município. Com o fim do mandato se aproximando, a gestão de Dr. Paulo Mendonça caminha para concluir seu ciclo com uma avaliação negativa, marcada pela insatisfação popular e pela falta de apoio de antigos aliados políticos. A expectativa é que o prefeito deixe a cidade com um legado de frustração e divisões internas, enquanto a população aguarda por respostas.
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