Um levantamento da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher revelou que 3,7 milhões de brasileiras declararam ter sofrido violência doméstica ou familiar no último ano. A maioria dos episódios ocorreu na presença de outras pessoas. Sete em cada dez agressões, o equivalente a aproximadamente 70%, foram presenciadas por terceiros, e grande parte dessas testemunhas era formada por crianças. A pesquisa ouviu 21.641 mulheres com 16 anos ou mais em diferentes regiões do país. O estudo apresenta margem de erro de 0,69 ponto percentual, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%. Os dados mostram que a violência permanece enraizada no cotidiano de muitas vítimas e que, mesmo quando há pessoas próximas durante as agressões, a interferência costuma ser limitada. O levantamento aponta que 40% das testemunhas adultas não tomam nenhuma atitude no momento da agressão. A falta de reação contribui para que o ciclo de violência se prolongue. Segundo o estudo, cerca de 58% das entrevistadas relataram viver situações de agressão há mais de um ano. Entre os fatores mais citados para a permanência nesse cenário estão o medo, a dependência econômica e a ausência de redes de apoio capazes de oferecer proteção imediata. Os dados reforçam a importância de políticas públicas voltadas à proteção das mulheres, ao acolhimento das vítimas e ao estímulo para que pessoas próximas identifiquem e denunciem sinais de violência.
Wagner Braga Campinho, suspeito de envolvimento na morte da ex-companheira Dileuza de Vasconcelos Campinho, foi executado a tiros na noite de segunda-feira (19) em Remanso, no norte da Bahia. Segundo a Polícia Civil, Wagner foi atingido enquanto fechava o portão de casa, logo após guardar o carro na garagem. O autor dos disparos fugiu do local e, até o momento, não foi identificado. Dileuza foi morta na última sexta-feira (16), quando voltava da academia acompanhada de uma amiga. Ao chegar à porta de casa, foi surpreendida por dois homens em uma motocicleta e atingida por disparos. O caso, publicado pelo Blog Sudoeste (veja aqui), está sendo investigado como feminicídio. Wagner chegou a ser apontado por testemunhas como suspeito do crime, foi levado à delegacia para prestar depoimento e liberado por falta de provas. A Polícia Civil apura se a execução de Wagner pode ter relação com a morte de Dileuza. A motivação do crime ainda não foi esclarecida. Dileuza deixou dois filhos, uma adolescente de 12 anos e um jovem de 21.
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