A influenciadora Virginia Fonseca decidiu romper o contrato com a plataforma de apostas Esportes da Sorte após ser alvo de pedido de indiciamento pela CPI das Bets. A rescisão, anunciada nesta semana, resultará em uma multa de aproximadamente R$ 30 milhões, segundo informações do portal Terra. A medida faz parte de uma estratégia para tentar recuperar sua imagem diante da repercussão negativa da associação com o setor de apostas, que já havia provocado a perda de mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais. O contrato de Virginia com a Esportes da Sorte previa um valor fixo, mas também incluía uma cláusula de bonificação: caso ela dobrasse o lucro da empresa, receberia 30% a mais, percentual que, segundo a influenciadora, nunca chegou a ser atingido. No entanto, o relatório final da CPI das Bets apontou que Virginia teria se beneficiado de uma cláusula que previa participação sobre os lucros gerados pelas apostas feitas por usuários que acessavam o site por meio de seu link ou código, o que, para os parlamentares, configuraria prática abusiva por atrelar os ganhos da influenciadora às perdas dos apostadores. Durante depoimento à CPI, em 13 de maio, Virginia negou ter recebido remuneração vinculada às perdas dos seguidores e afirmou que todas as suas condutas foram legais e devidamente formalizadas. Ela também declarou que seu trabalho era apenas de publicidade e que sempre alertou os seguidores sobre os riscos das apostas e a proibição para menores de 18 anos. Apesar disso, o relatório da CPI destacou que Virginia simulava apostas e lucros em redes sociais, induzindo seguidores ao erro. A CPI das Bets recomendou o indiciamento de Virginia Fonseca por estelionato e publicidade enganosa, mas o relatório final foi rejeitado pela maioria dos membros da comissão e não resultou em medidas imediatas. Mesmo assim, a relatora afirmou que encaminhará as conclusões às autoridades competentes para investigação. A decisão de romper o contrato e arcar com a multa milionária ocorre em meio à pressão pública e à necessidade de reposicionar a imagem da influenciadora diante das investigações e críticas ao mercado de apostas online.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI das Bets, apresentou nesta terça-feira (10) o relatório final da comissão, recomendando o indiciamento de 16 pessoas, entre elas as influenciadoras digitais Virginia Fonseca e Deolane Bezerra, além de empresários e representantes de casas de apostas. O documento será lido no plenário do Senado e a votação deve ocorrer ainda nesta semana. De acordo com o relatório, Virginia Fonseca é acusada de publicidade enganosa e estelionato por simular apostas em contas de demonstração durante campanhas publicitárias, induzindo seguidores ao erro ao sugerir ganhos fáceis com apostas online. Já Deolane Bezerra é apontada por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, além de participação em jogos de azar e loteria não autorizada. O texto também cita movimentações financeiras incompatíveis com as declarações de renda de Deolane e familiares. A CPI das Bets identificou crimes como lavagem de dinheiro, evasão fiscal, manipulação algorítmica de resultados, organização criminosa e destacou o impacto social das apostas online, especialmente sobre famílias de baixa renda. O relatório recomenda uma regulação mais rígida do setor, incluindo a criação de uma entidade nacional independente para fiscalização, cadastro nacional de apostadores, restrição à publicidade e responsabilização de influenciadores que promovam jogos de azar de forma enganosa. O relatório final será encaminhado ao Ministério Público e à Advocacia-Geral da União, que decidirão sobre possíveis denúncias e medidas judiciais. O parecer também propõe 18 projetos de lei para endurecer a legislação sobre apostas online no Brasil.
A participação do padre Patrick Fernandes na CPI das Bets, que investiga irregularidades envolvendo casas de apostas online, gerou repercussão nas redes sociais na quarta-feira (21). Margareth Serrão, mãe da influenciadora Virgínia Fonseca, criticou a presença do religioso na comissão, acusando-o de buscar engajamento. “Mas agora até padre atrás de biscoito, de seguidores, de ganhar engajamento. Está inseminando [sic] o ódio. É o fim dos tempos mesmo!”, escreveu Margareth em um comentário. Padre Patrick respondeu rapidamente, afirmando: “À senhora, desejo apenas muita luz e sucesso. Não é o engajamento que paga as minhas contas. Logo, não estava atrás de biscoito”. O religioso também elogiou a família de Virgínia e pediu o uso responsável da influência digital: “Espero que usem da influência que possuem para fazer o bem, assim como deduzo que já façam, mas de uma forma diferente”. Durante o depoimento na CPI, padre Patrick defendeu a criação de medidas mais rígidas para impedir que influenciadores façam propaganda de cassinos virtuais. “Acho que deveria ter alguma legislação para ao menos inibir as divulgações, os influenciadores que estão fazendo, já que não tem como, pela lei que nos rege, acabar com as casas de apostas, acho que deveria ter políticas para inibir quem está divulgando, com uma represália maior, imposto, sei lá”, afirmou. O religioso encerrou sua manifestação dizendo que não pretende alimentar polêmicas e reforçou que sua presença na comissão foi para alertar sobre os riscos dos jogos online. “Se você se sentiu ofendida em algum momento, peço desculpas, mas não acho que fui eu quem acusou, foi a sua própria consciência. Deus abençoe”, finalizou.
Comentários