A ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, é acusada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) de ter recebido cerca de R$ 1,5 milhão ao favorecer detentos ligados à facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), posteriormente incorporada pelo Comando Vermelho (CV). Segundo a denúncia, o valor teria sido pago em apenas seis meses, período em que Joneuma ocupou o cargo de diretora, entre março e dezembro de 2024. De acordo com as investigações, Joneuma atuava diariamente no planejamento da fuga dos presos, liderada pelo chefe do PCE, com quem mantinha um relacionamento amoroso. Para dificultar a descoberta das irregularidades, ela teria usado influência política junto ao ex-deputado federal Uldurico Pinto para direcionar contratações e demissões dentro do presídio. Servidores que não colaboravam com as ações eram substituídos por pessoas próximas à diretora, inclusive sua irmã. A denúncia detalha que, como parte da logística do plano de fuga, todos os líderes do PCE foram transferidos para as celas 44 e 45 do pavilhão B, facilitando a comunicação entre eles. O roteiro da fuga previa a escavação de um buraco no teto da cela 44, por onde os detentos conseguiram acessar a passarela e a parte externa do presídio. Joneuma teria fornecido uma furadeira ao grupo criminoso para a realização da escavação. Após o episódio da fuga, Joneuma foi exonerada do cargo em dezembro de 2024. O caso segue sob investigação, com apuração sobre o envolvimento de outros servidores e possíveis ramificações políticas e criminais.
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