O Banco Central disponibilizou, a partir desta quarta-feira (1º), um novo botão de contestação para transações do Pix. O recurso, chamado de autoatendimento do Mecanismo Especial de Devolução (MED), tem como objetivo facilitar a devolução de valores em situações de fraude, golpe ou coerção. O MED foi criado em 2021, mas até então o processo dependia do contato direto do usuário com a central de atendimento da instituição financeira. Com a mudança, o pedido poderá ser feito diretamente pelo aplicativo do banco ou instituição de pagamento, de forma 100% digital. Ao acionar a contestação, a instituição financeira da vítima envia a informação ao banco do suspeito, que deve realizar o bloqueio imediato dos recursos disponíveis, ainda que de forma parcial. Os bancos envolvidos têm até sete dias para analisar o caso e, se confirmada a fraude, a devolução do valor será feita diretamente para a conta do usuário lesado, em um prazo máximo de 11 dias após a contestação. Segundo o Banco Central, a digitalização do processo aumenta as chances de bloqueio dos valores antes que sejam transferidos para outras contas. O MED, no entanto, não se aplica a desacordos comerciais, erros de digitação ou situações que envolvam terceiros de boa-fé. Outra atualização anunciada é a possibilidade de devolução de recursos a partir de contas diferentes daquelas que receberam os valores indevidamente. Essa funcionalidade será opcional a partir de 23 de novembro e se tornará obrigatória em fevereiro de 2026. O objetivo é dificultar a ação de fraudadores, que costumam transferir rapidamente os valores para diversas contas. O Banco Central afirma que o aprimoramento permitirá rastrear os “caminhos do dinheiro”, ampliando a identificação de contas usadas em esquemas fraudulentos e fortalecendo os mecanismos de proteção aos usuários do Pix.
Sistema de transferências instantâneas do Banco Central (BC), o Pix bateu novo recorde na última sexta-feira (6). Pela primeira vez, a modalidade aproximou-se da marca de 280 milhões de transações em 24 horas. Somente na última sexta-feira (6), foram feitas 276,7 milhões de transferências via Pix para usuários finais. O recorde diário anterior tinha sido registrado em 20 de dezembro de 2024, dia do pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, com 252,1 milhões de movimentações. Em valores, foram movimentados R$ 135,6 bilhões na última sexta-feira. O montante é o quarto maior da história para um dia. O recorde em valores também foi registrado em 20 de dezembro, quando foram movimentados R$ 162,9 bilhões. “Os números são mais uma demonstração da importância do Pix como infraestrutura digital pública, para a promoção da inclusão financeira, da inovação e da concorrência na prestação de serviços de pagamentos no Brasil”, informou o BC em comunicado. Criado em novembro de 2020, o Pix acumulou, no fim de maio, 175,47 milhões de usuários, conforme as estatísticas mensais mais recentes. Desse total, 159,92 milhões eram pessoas físicas; e 15,56 milhões, pessoas jurídicas. Em abril, segundo os dados consolidados mais recentes, o sistema superou a marca de R$ 2,677 trilhões movimentados.
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