Um homem identificado como Edgard de Jesus Santos foi encontrado morto dentro de um tanque de água na Fazenda Lagoa do Mel, zona rural de Licínio de Almeida, sudoeste da Bahia, na noite deste sábado (28). Segundo a Polícia Militar, por volta das 19h, a guarnição do 3º Pelotão da 94ª CIPM foi acionada por funcionários do Hospital Municipal de Licínio de Almeida, que informaram sobre a chegada do corpo sem sinais vitais à unidade de saúde. De acordo com relatos de testemunhas à PM, Edgard foi localizado desacordado dentro do reservatório de água em sua própria residência. Uma equipe médica esteve no local, mas constatou que ele já estava sem vida. O Departamento de Polícia Técnica foi chamado para realizar a perícia e a remoção do corpo, que foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Guanambi. A causa da morte será investigada, mas a principal suspeita é de afogamento.
O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública para garantir os direitos da comunidade tradicional de Taquaril dos Fialhos, em Licínio de Almeida, sudoeste da Bahia, diante dos impactos causados por atividades de pesquisa mineral realizadas pela empresa Vale do Paramirim Participações S.A. Segundo o MPF, a empresa atua na região sem realizar a consulta prévia, livre e informada à comunidade, como determina a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário. A ação também tem como réus a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), que autorizaram a realização das pesquisas minerais sem que a comunidade fosse consultada. O MPF pede liminar para suspender imediatamente todas as atividades relacionadas ao projeto de pesquisa mineral no território até que a consulta prévia seja devidamente realizada, além de proibir novas autorizações vinculadas ao projeto. O órgão também solicita que os réus sejam condenados ao pagamento de R$ 5 milhões por danos morais coletivos, valor que deve ser revertido em benefício da comunidade afetada. Mesmo diante da oposição dos moradores e de manifestações contrárias à atividade minerária, a empresa seguiu com as etapas da pesquisa, incluindo coleta de amostras e supressão de vegetação, sem promover diálogo com a comunidade local. Em resposta a ofícios do MPF, tanto a ANM quanto o Inema alegaram que a consulta prévia não seria necessária por se tratar apenas da fase de pesquisa, e não da implantação do empreendimento. O MPF, no entanto, defende que a consulta é obrigatória sempre que houver potencial de impacto sobre comunidades tradicionais, independentemente da fase da atividade. A comunidade Taquaril dos Fialhos é formada por 32 famílias que vivem da agricultura familiar e da criação de gado, mantendo práticas tradicionais e forte vínculo com o território há mais de um século. Laudo antropológico anexado ao processo reconhece a identidade histórica e social do grupo, marcada pelo uso do ecossistema local, produção de subsistência e organização cultural própria.
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