Abalado e com um ferimento na mão, o motorista Divani Rodrigues Rocha Júnior afirmou que pretende abandonar a profissão após sobreviver ao grave acidente ocorrido na noite de sexta-feira (17), na BR-423, entre os municípios de Paranatama e Saloá, em Pernambuco. O ônibus de turismo, que havia saído da cidade de Brumado, no sudoeste da Bahia, retornava de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste pernambucano, transportando entre 30 e 33 passageiros, a maioria comerciantes e revendedores que haviam viajado para compras no Polo de Confecções. No vídeo divulgado neste sábado (18) pela página Comando Policial (assista abaixo), Divani desabafa emocionado: “Eu fico muito triste. Nunca passei por isso e é muita tristeza. Eu vou abandonar o serviço, eu parei. Depois do que eu passei, esse constrangimento, eu não quero mais”, declarou. Segundo o motorista, o acidente aconteceu quando o ônibus perdeu o freio durante a descida de uma ladeira íngreme. “O carro vinha em velocidade normal, tranquilo, os freios estavam bons, o carro era bom. Quando comecei a descer, o carro perdeu o freio. Eu não sei se estourou uma mangueira ou o que foi”, relatou Divani. Ele contou ainda que, após o tombamento, tentou pedir socorro e ajudar as vítimas. “Eu tinha uma escolta na frente, o cara foi pedindo socorro, eu também, gritando. Consegui sair rápido, eu e o outro motorista”, completou. O outro motorista e o guia da excursão, que também estavam no veículo, sobreviveram e foram levados para atendimento médico. Divani contou que fazia o trajeto entre Bahia e Pernambuco há cerca de um ano e meio, em viagens frequentes de fretamento.
Tristeza e solidariedade
O prefeito de Brumado, Fabrício Abrantes (Avante), lamentou a tragédia e confirmou que o veículo saiu do município. “O ônibus havia saído da nossa cidade e tinha entre os passageiros pessoas da nossa região. Nesse momento de extrema dor, me solidarizo e abraço cada família, orando para que Deus possa confortar os corações de todos”, escreveu nas redes sociais. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), também se manifestou em nota oficial, afirmando que mobilizou a Secretaria de Saúde, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Técnica para prestar apoio às famílias e colaborar com a identificação das vítimas. O acidente ocorreu em um trecho da Serra dos Ventos, localidade conhecida pela pista sinuosa e pelas descidas acentuadas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 15 pessoas morreram, sendo 11 mulheres e 4 homens, e 17 ficaram feridas, algumas em estado grave. As vítimas foram socorridas para o Hospital Josina Godoy (Saloá) e o Hospital Regional Dom Moura (Garanhuns). Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Caruaru, onde passam por identificação.
A idosa de 64 anos que foi resgatada em Itabuna, no Sul da Bahia, após viver cerca de cinco décadas em condições análogas à escravidão, foi separada do filho logo após o nascimento. O bebê teria sido “dado” pela família, e o paradeiro da criança segue sob investigação. Além disso, a pensão por morte do ex-companheiro, paga pelo INSS, era apropriada mensalmente pelos empregadores, sem que a trabalhadora tivesse acesso ao benefício. A mulher, resgatada na segunda-feira, durante uma operação do MPT, começou a trabalhar para a família exploradora ainda na adolescência, aos 14 anos, e permaneceu sob os cuidados de diferentes gerações do mesmo grupo familiar, sendo tratada como uma espécie de “herança”. Ela atuava como doméstica, era impedida de sair de casa, sofreu maus-tratos e não recebia salário. Durante a inspeção, os procuradores do MPT constataram que a mulher vivia em situação insalubre, sem acompanhamento médico adequado e sem dentes, resultado da ausência de cuidados de saúde ao longo dos anos. Apesar do resgate, nenhuma prisão foi realizada até o momento. As duas mulheres apontadas como responsáveis pela exploração não fecharam acordo com o MPT. Uma nova audiência foi marcada para a hoje sexta-feira (29).
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